Há uns bons 30 anos, a educação brasileira tem-se deteriorado. Foi preciso criar argumentos modernos como “leio blogs”, leio textos no celular”, pra considerar-se leitor. A cultura geral do país diz tudo. E não vejo como isso pode mudar em pouco tempo. Texto excelente. Obrigada.
Rodrigo, adorei seu texto! também acho que "ser leitor" vai muito além de simplesmente ter lido um livro inteiro ou em parte nos últimos três meses. o fato é que a população leitora do Brasil sempre foi menor que 50%, bem menor. será que é realmente possível demonstrar o número real de leitores em uma pesquisa desse gênero? duvido muito.
Rodrigo, eu nunca conheci alguém que tivesse sido iniciado na leitura em idade bem tenra e não tivesse se tornado um leitor. Acredito que essas pessoas, como exceção, devem existir. Eu nunca cruzei com uma. Penso que, dada as condições sociais no Brasil, essa tarefa deveria ser das escolas. Porém, além de não existir esse investimento por parte do estado, grande parte dos profissionais da educação básica também não leem, ou leem muito pouco. As crianças crescem sem conhecer o que é leitura.
Excelente texto. Um outro olhar sobre a pesquisa. Definir leitor é muito diverso e complexo. Não acho que seja culpa somente da educação. Penso que esses pequenos aparelhos chamados iphones são responsáveis por nossa dificuldade em focar numa leitura. Os professores também têm feito um bom trabalho na escola, mas o Brasil carece de muita coisa.
também não acho que o recorte de ler um livro inteiro ou parte nos últimos três meses seja um bom parâmetro do que é ser leitor, mas entendo que a pesquisa precise estabelecer um recorte objetivo. o dado mais triste, para mim, é que as pessoas deixem de ser leitoras ao longo da vida.
Tenho pra mim que o brasileiro nunca leu tão poucos livros, mas nunca leu tanto quanto lê hoje (é um dado sem embasamento em números, mas com base no comportamento que temos). Passar o dia no Whatsapp e nas redes sociais é uma forma de ler. E se as pessoas consideram que ouvir audiolivro é uma forma de ler, então ouvir áudio no "zap" também é. Claro que não acho que alguém deva ser considerado leitor por passar o dia nas redes sociais: não existe a "fruição" e muito menos o "foco" nesse tipo de leitura. Mas creio que as pessoas leem palavras como nunca antes (o que não significa muita coisa). De qualquer forma, acho difícil mudar a pergunta desta pesquisa em específico, mas poderiam ser feitas mais pesquisas para aprofundamento nesses dados. E pesquisas qualitativas podem ser uma boa para entender o que pode levar as pessoas a lerem mais.
Rodrigo, o seu texto é importante porque fala de um dos problemas centrais dessa pesquisa (ou a questão que mais me incomoda): considerar leitor qualquer pessoa que leu um parágrafo em qualquer formato serve apenas para mascarar a realidade brasileira. Precisa de um critério objetivo para fazer a pesquisa? Sim, mas acho que esse recorte não ajuda a encarar a realidade brasileira. Talvez considerar que 20 ou 25% dos brasileiros são leitores, seja uma estimativa mais honesta e que ajuda a melhorar o debate sobre a leitura no Brasil. Vivemos em um país com poucos leitores, com poucas pessoas que valorizam a a arte e a cultura de modo geral. Como mudar isso? Ainda não sei (e acho que ninguém sabe muito bem). Mas continuo com o meu ato rebelde de ler livro de papel no meio da era da internet kkkkk abraços e obrigado pelo texto!
Estou cursando Letras e cumpri um dos estágios obrigatórios há poucos dias. Um dos pontos discutidos com a professora supervisora, que ensina literatura no ensino médio, foi a formação de leitores. Algo que me chamou a atenção foi seu esforço em consumir literatura contemporânea, pois ela acredita (e eu concordo) que pode empregá-la em sala de aula, sobretudo por meio de contos. Percebemos que os alunos se sentem mais próximos desse tipo de leitura, o que pode abrir caminhos para o consumo de outras leituras. Além disso, a biblioteca da escola possui acervo amplo e variado e é bastante acessada pelos alunos. Isso me deu uma certa esperança em contraposição a esses dados da pesquisa. Enfim, obrigado pelo texto.
Ótimas perguntas. Também fiquei pensando sobre os impactos da pandemia sobre nosso cansaço, desesperança…. E também sobre o aumento vertiginoso do uso de redes sociais na última década. Enfim, números nunca são só números… Ainda quero escrever sobre, mas preciso ler o relatório com calma.
Alguns outros dados da pesquisa resvalam nessas questões que você apontou, Paula. Devo escrever mais a respeito em breve, provavelmente na coluna do Uol. Valeu!
Muito bom o texto, Rodrigo. Acredito que a própria pesquisa já tem uma metodologia muito questionável, o que obviamente interfere na mensuração dos dados.
No mais, observo pela minha família, que foi muito leitora. Hoje, as mulheres beirando os 60 abandonaram o hábito da leitura, exceto para os espíritas. Mas que aí nem considero... perdão.
Há uns bons 30 anos, a educação brasileira tem-se deteriorado. Foi preciso criar argumentos modernos como “leio blogs”, leio textos no celular”, pra considerar-se leitor. A cultura geral do país diz tudo. E não vejo como isso pode mudar em pouco tempo. Texto excelente. Obrigada.
Valeu, Helen! E hoje tem muita gente que lê livros inteiros no celular.
Rodrigo, adorei seu texto! também acho que "ser leitor" vai muito além de simplesmente ter lido um livro inteiro ou em parte nos últimos três meses. o fato é que a população leitora do Brasil sempre foi menor que 50%, bem menor. será que é realmente possível demonstrar o número real de leitores em uma pesquisa desse gênero? duvido muito.
Obrigado, Mariana. Também acho muito difícil, mas não deixa de ser um indicador de para onde as coisas estão indo.
Rodrigo, eu nunca conheci alguém que tivesse sido iniciado na leitura em idade bem tenra e não tivesse se tornado um leitor. Acredito que essas pessoas, como exceção, devem existir. Eu nunca cruzei com uma. Penso que, dada as condições sociais no Brasil, essa tarefa deveria ser das escolas. Porém, além de não existir esse investimento por parte do estado, grande parte dos profissionais da educação básica também não leem, ou leem muito pouco. As crianças crescem sem conhecer o que é leitura.
Eu tenho mais dúvidas do que certezas relacionadas também ao papel da escola, Paulinho. Mas nosso buraco é bem profundo mesmo.
Excelente texto. Um outro olhar sobre a pesquisa. Definir leitor é muito diverso e complexo. Não acho que seja culpa somente da educação. Penso que esses pequenos aparelhos chamados iphones são responsáveis por nossa dificuldade em focar numa leitura. Os professores também têm feito um bom trabalho na escola, mas o Brasil carece de muita coisa.
Obrigado, Samuel. Carecemos mesmo.
também não acho que o recorte de ler um livro inteiro ou parte nos últimos três meses seja um bom parâmetro do que é ser leitor, mas entendo que a pesquisa precise estabelecer um recorte objetivo. o dado mais triste, para mim, é que as pessoas deixem de ser leitoras ao longo da vida.
É um dos mais tristes mesmo, Pedro.
Ótimo post.
Gracias!
Tenho pra mim que o brasileiro nunca leu tão poucos livros, mas nunca leu tanto quanto lê hoje (é um dado sem embasamento em números, mas com base no comportamento que temos). Passar o dia no Whatsapp e nas redes sociais é uma forma de ler. E se as pessoas consideram que ouvir audiolivro é uma forma de ler, então ouvir áudio no "zap" também é. Claro que não acho que alguém deva ser considerado leitor por passar o dia nas redes sociais: não existe a "fruição" e muito menos o "foco" nesse tipo de leitura. Mas creio que as pessoas leem palavras como nunca antes (o que não significa muita coisa). De qualquer forma, acho difícil mudar a pergunta desta pesquisa em específico, mas poderiam ser feitas mais pesquisas para aprofundamento nesses dados. E pesquisas qualitativas podem ser uma boa para entender o que pode levar as pessoas a lerem mais.
Há leituras e leituras, né, Daniel? Abc
Rodrigo, o seu texto é importante porque fala de um dos problemas centrais dessa pesquisa (ou a questão que mais me incomoda): considerar leitor qualquer pessoa que leu um parágrafo em qualquer formato serve apenas para mascarar a realidade brasileira. Precisa de um critério objetivo para fazer a pesquisa? Sim, mas acho que esse recorte não ajuda a encarar a realidade brasileira. Talvez considerar que 20 ou 25% dos brasileiros são leitores, seja uma estimativa mais honesta e que ajuda a melhorar o debate sobre a leitura no Brasil. Vivemos em um país com poucos leitores, com poucas pessoas que valorizam a a arte e a cultura de modo geral. Como mudar isso? Ainda não sei (e acho que ninguém sabe muito bem). Mas continuo com o meu ato rebelde de ler livro de papel no meio da era da internet kkkkk abraços e obrigado pelo texto!
Valeu, caro. Sigamos! Abc
Estou cursando Letras e cumpri um dos estágios obrigatórios há poucos dias. Um dos pontos discutidos com a professora supervisora, que ensina literatura no ensino médio, foi a formação de leitores. Algo que me chamou a atenção foi seu esforço em consumir literatura contemporânea, pois ela acredita (e eu concordo) que pode empregá-la em sala de aula, sobretudo por meio de contos. Percebemos que os alunos se sentem mais próximos desse tipo de leitura, o que pode abrir caminhos para o consumo de outras leituras. Além disso, a biblioteca da escola possui acervo amplo e variado e é bastante acessada pelos alunos. Isso me deu uma certa esperança em contraposição a esses dados da pesquisa. Enfim, obrigado pelo texto.
Valeu, Lucas. Bom saber de iniciativas desse tipo. Professores assim e escolas com essa estrutura são preciosos.
Ótimas perguntas. Também fiquei pensando sobre os impactos da pandemia sobre nosso cansaço, desesperança…. E também sobre o aumento vertiginoso do uso de redes sociais na última década. Enfim, números nunca são só números… Ainda quero escrever sobre, mas preciso ler o relatório com calma.
Alguns outros dados da pesquisa resvalam nessas questões que você apontou, Paula. Devo escrever mais a respeito em breve, provavelmente na coluna do Uol. Valeu!
Boas ponderações.
Gracias!
Muito bom o texto, Rodrigo. Acredito que a própria pesquisa já tem uma metodologia muito questionável, o que obviamente interfere na mensuração dos dados.
No mais, observo pela minha família, que foi muito leitora. Hoje, as mulheres beirando os 60 abandonaram o hábito da leitura, exceto para os espíritas. Mas que aí nem considero... perdão.
Valeu, Raisa. Também vejo movimento semelhante na minha família :/
E parabéns pelo título!
Desanima não, Luiz. Apesar de tudo, ainda são milhões de leitores por aqui.