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Nov 17, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

certa feita, andando pelas ruas de Porto de Galinhas - Pernambuco, à procura de algum bar, topei com uma geladeira velha com um exemplar do Decamerão dentro e trouxe comigo para a Bahia. Segue aqui na estante, não li ainda. talvez leia quando tiver planos de retornar à cidade e devolvê-lo, caso a velha geladeira ainda esteja por lá.

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Nov 26, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Rodrigo, se puder, leia "A Praça do Diamante" da Mercè Rodoreda. É fenomenal. Lemos no Clube Nevoeiro da Carol Bensimon.

Vou aproveitar a oportunidade aqui para te parabenizar pelo episódio do podcast com o Kalaf Epalanga, está muito legal.

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Nov 24, 2023·editado Nov 24, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Não sei se são muito inusitados, mas lá vai:

1- Eu estive em uma passagem rápida pela cidade do Porto e vi uma palestra sobre tradução na Universidade do Porto, e o professor citava um livro cuja tradução ao Português (e qualquer outra lingua) seria um desafio. Eu fiquei intrigado e comprei o livro pra Kindle (seria quase impossivel a copia física) antes mesmo de ter um kindle. Alguns meses depois eu o lia. É um livro chamado "A Concise Chinese-English Dictionary for Lovers", da Xiao Lu Guo (chinesa radicada no Reino Unido). O livro não é um dicionário, e muito menos conciso, haha! Um trecho que exemplifica a dificuldade de tradução, e citado na palestra, é: "I thought English is a strange language. Now I think French is even more strange. In France, their fish is poisson, their bread is pain, and their pancake is crepe. Pain and poison and crap. That’s what they have every day".

2- Simplesmente do nada eu ouvia um programa de rádio online em inglês que entrevistava o filósofo Alain de Botton, que eu não conhecia. Na correria, não ouvi quase nada da entrevista, mas depois fui dar um google no nome dele, e descobri seu livro "A Arte de Viajar". Como viajar é uma das minhas paixões, comprei o livro, e até hoje é um dos mais interessantes que eu já li. E a descoberta dele foi MUITO aleatória.

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Nov 24, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Eu morava no conjugado de minha avó, em Copacabana, época da faculdade, e uma das senhorinhas que jogavam buraco com ela à tarde, um dia me falou: “você estuda jornalismo, né? Meu marido era jornalista, também adorava alerta e me deixou um monte de livros. Não quer ver se algum te interessa?

Fui na casa dela e voltei com duas sacolas de supermercado, cheias. Por esse caminho cheguei ao Eça de Queirós (vários, entre eles o excelente Fradique Mendes) e outros portugueses, dos quais adorei Alexandre Herculano, que me ensinou em “O Bobo” um segredo de um bobo da corte que incomodava poderosos: ele sempre tratava com a maior cortesia e carinho as mulheres do reino, e era delas que recebia proteção contra a eventual fúria assassina de algum nobre ridicularizado…

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Nov 21, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Dizem que admitir crimes na internet é a pior burrice, mas eu peguei emprestado permanentemente um exemplar de Amuleto, do Bolaño, que achei num Airbnb aleatório, onde tive que dormir de emergência depois de perder um ônibus no meio de uma viagem, no interior do Brasil. Foi um dos meus livros favoritos na época, que estranhamente perdi pouco depois de ler, numa espécie de full-circle. Gosto de pensar que alguém pegou permanentemente emprestado da minha mala, ou até mesmo lá de casa, sei lá.

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Nov 19, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Deliciosos imponderaveis. Não tenho imponderaveis ditados pelas revoltas intestinais nem pelo jogo de ilusões do cérebro, mas tenho uma história de um caminho de livro que mudou gravemente as escolhas nas últimas três décadas da vida. Achei, como sobra vivente da biblioteca da minha avó nas bagunças do meu pai, um exemplar já com lombada a base de fita crepe com título escrito por caneta bic de "Humilhados e Ofendidos". Eu tinha 12 anos e nunca havia ouvido falar de Dostoiévski (havia pouco estava fascinado com O Caso da Borboleta Atíria, Xisto, O Escaravelho do Diabo e todas outras pérolas da Coleção Vaga Lume). Li sem parar Humilhados e Ofendidos. Às vezes acho que continuei lendo-o, na minha cabeça, pelos 29 anos seguintes. Gosto de pensar que comecei a querer ser romancista ali, alguns minutos após ser fisgado com o título na fita crepe, quando li o primeiro capítulo sobre Vânia, um romancista com muita tosse indo para seu apartamento pequeno em São Petersburgo, com pensamentos de aperto para desenrolar o romance que deveria já ter muitas mais páginas escritas. Fiz muitas profissões na vida, mas nenhuma me deu/dá (desconfio dará) tanto prazer quanto continuar tentando ser como Vânia (ou como quem o escreveu). De fato, trocando tosse por problemas de pele e Petersburgo por Paulo, ando bem parecido com o Vânia ultimamente.

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Nov 18, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Adoro os caminhos até os livros e também como os próprios livros são estradas que nos levam aos lugares. No meu caso, depois de ler os diários do Kafka fiquei doida pra conhecer Praga. Depois que voltei de lá, devorei A insustentável leveza do ser, que estava há anos na lista.

Boa viagem e boas leituras!

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Nov 17, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

nos idos de 2008, viajei para os EUA e fui com a família que me hospedava para uma cidade pequena vizinha para acompanhar o jogo de futebol de uma das crianças. depois do jogo, fomos almoçar e passear pelo centro. encontrei um sebo, entrei e vi uma edição antiga de um livro que me chamou atenção: "The Art of Dramatic Writing", de Lajos Egri. veja bem, eu nem estava na faculdade ainda e por algum motivo aquele livro me chamou atenção. custou uns 10 reais, com a conversão da época. no fim, usei o livro tanto pros meus projetos quanto pro meu TCC e pra minha dissertação, hahaha.

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Nov 17, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Recebi um doação de livros da minha mãe, e nessa pilha tinha uma edição de Cem Anos de Solidão, de 1985, que até então só conhecia por nome e não tinha nenhum interesse sobre o livro sei lá porquê, mas por curiosidade comecei a folhar aquele exemplar com uma sobrecapa toda irregular nas margens envelhecida pelo manuseio, e com folhas amareladas pelo tempo. Essa sobrecapa tem um desenho da família Buendia, tipo foto de familia com o patriarca sentado ao centro, a esposa ao lado e todas as gerações em pé olhando para o leitor. Fiquei intrigada em conhecer a história daquela imagem e pronto, meu livro preferido da vida veio assim.

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Viagem sempre aguça a curiosidade, tanto antes quanto depois. E como a gente tende a voltar com as malas cheias de livros ou outras recordações, elas acabam durando muito mais do que entrega o carimbo no passaporte (ainda bem).

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Nov 17, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Se eu falar que estudei em escola pública, no interior de Minas, que chovia dentro, caindo aos pedaços... é muito clichê? Apesar das condições, a professora Maria Teresa montou "um caminho absurdo" para nos conduzir aos livros: um clube do livro. Cada aluno levou um livro, que circulava entre os colegas ao longo do ano. Ao final do ano, cada um de nós havia lido quase 30 livros. Chuva de cultura! Foi assim que, entre os 9 e 10 anos, li Maria José Dupré, Monteiro Lobato, coleção Vaga-Lume. Bendita professora que semeou livros à mão cheia!

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Nov 17, 2023Curtido por Rodrigo Casarin

Obrigado pela menção, meu caro! E sim. Nós que escrevemos precisamos falar sobre grana. Os tempos são outros e o saudosismo não nos levará a lugar algum.

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Rodrigo, se puder, leia "A Praça do Diamante" da Mercè Rodoreda. É fenomenal. Lemos no Clube Nevoeiro da Carol Bensimon.

Vou aproveitar a oportunidade aqui para te parabenizar pelo episódio do podcast com o Kalaf Epalanga, está muito legal.

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deletadoNov 19, 2023Curtido por Rodrigo Casarin
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