Uma chatice isso, viu? Há cobrança também no meio musical, de ter de parar de ouvir o artista X ou Y porque ele tem um posicionamento assim ou assado.
Eu me recuso a abrir mão de minha memórias afetivas musicais para agradar militância. Vou sim continuar ouvindo Nana, Fagner e Edson Gomes. De jeito nenhum vou me desfazer ou quebrar meus discos. Jamais!
Esse texto foi a luva que faltava no meu dia. Estou voltando a escrever após mais de dez anos em pausa por diversas questões envolvendo também o meio literário, e ontem mesmo joguei fora um texto antigo por falar do deslumbramento que um cara sentiu ao assassinar a companheira. Pensei não caber no mundo de hoje esse olhar poético e admirado sobre um assassinato, que é um feminicídio acima de tudo. Mas não romantiza o feminicídio, e muito bem poderia ser o contrário, papéis invertidos. Fiquei com receio de soltar esse texto antigo e ser massacrada, pois tenho percebido que mesmo a ficção tem sido talvez (muito?) problematizada? Então ele foi para a pasta de arquivados e esquecidos. Não sei, acho que eu mesma policiei a minha literatura...
Noooossa que texto maravilhoso. Já sofri tanto com isso. Quando era adolescente era julgada porque só lia Agatha Christie e o Pedro Bandeira. Depois qdo casei, meu ex-marido que não lia na-da me julgava porque eu não lia “alta literatura” (eu odeio esse termo). Por muito tempo tive vergonha de dizer os livros que estava lendo e o Kindle veio como alívio, pq assim ninguém veria a capa. Fiz Letras, sem terminar, como segunda formação aos 34 anos e somente ai perdi a vergonha das minhas escolhas. Tive professores maravilhosos que me ensinaram que tava tudo bem eu não gostar do Machado de Assis, mas adorar Ana Paula Maia.
Adorei Submissão, do Houellebecq. De Quatro, da Mirana July, comecei e não gostei (muito narcisismo para o meu gosto). A Fábrica estou demorando a avançar, embora seja curto. A Vanessa, nunca li.
Eu me sinto assim toda vez que posto algo de Harry Potter. Eu não tenho culpa que a autora é aquele cão chupando manga! Eu gosto dessa saga, fez parte da minha infância, é importante para mim!
Bom demais! Tem polícia solta em tudo que é canto e gente querendo cancelar esse ou aquele em prol de um mundo uniforme demais. Nada é tão simples. Muuuuito menos a arte 🙌🏼
entendo que nem sempre é fácil separar autor e obra, mas a gente precisa fazer esse esforço, bem como tentar ir além da superfície quando algum livro agrada ou desagrada. a leitura é sempre muito mais rica quando a gente mergulha com mais profundidade.
Você considera possível separar o autor da obra? Pergunta genuína. Sempre achei q uma boa análise leva em conta o contexto do autor (oq ele acredita, momentos marcantes da vida dele, o período histórico em que ele vive/viveu)
acredito que não seja possível separar completamente, porque não tem como dissociar uma obra de seu autor. mas, quando se fala de separar autor e obra, em geral, a consideração vai no sentido de não invalidar a qualidade literária da obra por causa do caráter (ou da falta de) do autor.
Vish! Acabei de ler Olga Tokarczuk em um livro da Todavia, que pecado! E reli "A festa do bode", do Vargas Llosa - "Seu fascistaaaa!". Creio que sobraria até para Carlos Drummond de Andrade, pois traduziu "Fome", de Knut Hansum, que escândalo! A patrulha literária não poupa ninguém.
A onomatopeia da sirene foi o ponto alto do texto, Casão! Rir do ridículo nosso de cada dia ainda é libertador. Viva a literatura no centro da vida; e o desejo de prazer no centro da literatura!
Tô me sentindo chique demais de ter sido citada nessa Newsletter tão querida (e a polícia da leitura dá muita preguiça, gente, vamos apenas ler.)
Valeu! E cuidado com a polícia por aí rs
Uma chatice isso, viu? Há cobrança também no meio musical, de ter de parar de ouvir o artista X ou Y porque ele tem um posicionamento assim ou assado.
Eu me recuso a abrir mão de minha memórias afetivas musicais para agradar militância. Vou sim continuar ouvindo Nana, Fagner e Edson Gomes. De jeito nenhum vou me desfazer ou quebrar meus discos. Jamais!
Adorei o texto, Rodrigo.
Um beijo.
Mano Brown acabou de passar por isso, né? Valeu, Ludmila! Bj
O que falta a essa gente policiesca é fazer uma viagem ao fim da noite em companhia do Céline.
Recomendo.
Esse texto foi a luva que faltava no meu dia. Estou voltando a escrever após mais de dez anos em pausa por diversas questões envolvendo também o meio literário, e ontem mesmo joguei fora um texto antigo por falar do deslumbramento que um cara sentiu ao assassinar a companheira. Pensei não caber no mundo de hoje esse olhar poético e admirado sobre um assassinato, que é um feminicídio acima de tudo. Mas não romantiza o feminicídio, e muito bem poderia ser o contrário, papéis invertidos. Fiquei com receio de soltar esse texto antigo e ser massacrada, pois tenho percebido que mesmo a ficção tem sido talvez (muito?) problematizada? Então ele foi para a pasta de arquivados e esquecidos. Não sei, acho que eu mesma policiei a minha literatura...
E tem muito autor por aí policiando a própria literatura, viu, Mariela.
Noooossa que texto maravilhoso. Já sofri tanto com isso. Quando era adolescente era julgada porque só lia Agatha Christie e o Pedro Bandeira. Depois qdo casei, meu ex-marido que não lia na-da me julgava porque eu não lia “alta literatura” (eu odeio esse termo). Por muito tempo tive vergonha de dizer os livros que estava lendo e o Kindle veio como alívio, pq assim ninguém veria a capa. Fiz Letras, sem terminar, como segunda formação aos 34 anos e somente ai perdi a vergonha das minhas escolhas. Tive professores maravilhosos que me ensinaram que tava tudo bem eu não gostar do Machado de Assis, mas adorar Ana Paula Maia.
Pô, sequer ler e ainda importunar uma leitora é duro, hein? Valeu, Beatriz!
Adorei Submissão, do Houellebecq. De Quatro, da Mirana July, comecei e não gostei (muito narcisismo para o meu gosto). A Fábrica estou demorando a avançar, embora seja curto. A Vanessa, nunca li.
Submissão é bem bom mesmo.
Eu amei MUITO esse texto.
Valeu, Natasha!
Eu me sinto assim toda vez que posto algo de Harry Potter. Eu não tenho culpa que a autora é aquele cão chupando manga! Eu gosto dessa saga, fez parte da minha infância, é importante para mim!
Está na minha história também.
Hahah, bem isso!
:)
Por sinal estou lendo O Castelo, de Kafka 🤍 tirei da estante desde a indicação do clube no ano passado, quando não consegui participar .
Cuidado para a polícia não te enquadrar enquanto vocês está atolada na neve, Lara!
😅😅😅
Bom demais! Tem polícia solta em tudo que é canto e gente querendo cancelar esse ou aquele em prol de um mundo uniforme demais. Nada é tão simples. Muuuuito menos a arte 🙌🏼
A arte só não é - ou só não deve ser - simples.
entendo que nem sempre é fácil separar autor e obra, mas a gente precisa fazer esse esforço, bem como tentar ir além da superfície quando algum livro agrada ou desagrada. a leitura é sempre muito mais rica quando a gente mergulha com mais profundidade.
E se eventualmente não quiser separar, direito de casa um. Mas daí a querer impor ao outro o próprio limite...
Você considera possível separar o autor da obra? Pergunta genuína. Sempre achei q uma boa análise leva em conta o contexto do autor (oq ele acredita, momentos marcantes da vida dele, o período histórico em que ele vive/viveu)
acredito que não seja possível separar completamente, porque não tem como dissociar uma obra de seu autor. mas, quando se fala de separar autor e obra, em geral, a consideração vai no sentido de não invalidar a qualidade literária da obra por causa do caráter (ou da falta de) do autor.
Ah,sim! Faz sentido, obrigada por explicar :)
Vish! Acabei de ler Olga Tokarczuk em um livro da Todavia, que pecado! E reli "A festa do bode", do Vargas Llosa - "Seu fascistaaaa!". Creio que sobraria até para Carlos Drummond de Andrade, pois traduziu "Fome", de Knut Hansum, que escândalo! A patrulha literária não poupa ninguém.
A Festa do Bode S2
é isso! texto necessário pra acalmar corações que têm vontade de ler livros, quaisquer, mas, sobretudo, ler.
Valeu, Sarah!
A onomatopeia da sirene foi o ponto alto do texto, Casão! Rir do ridículo nosso de cada dia ainda é libertador. Viva a literatura no centro da vida; e o desejo de prazer no centro da literatura!
Viva! Valeu, PEdro!
Hahahahah ri demais! Amei a polícia da leitura
:D