Um livro que sempre me emociona

Da biblioteca: "Crianças", de María José Ferrada

Outro dia indiquei para vocês “Kramp”, pequena joia de María José Ferrada. Se nesse romance é uma garotinha que está no centro da história, as crianças são o público-alvo principal de outros trabalhos da chilena que também merecem a atenção.

Digo principal porque os livros infantis de Ferrada são capazes de agradar qualquer leitor. 

Da parceria com a ilustradora Ana Penyas nasceram dois títulos publicados no Brasil pela Pallas Mini: “Mexique” e “Meu Bairro”. 

Esta é uma simpática obra sobre liberdade e independência na terceira idade. Legal ver um livro voltado para crianças povoado por pessoas idosas que vivem num lugar onde um casal de homens leva sua filha para a escola e lemos nos muros mensagens como “Nenhuma a menos”.

“Mexique”, por sua vez, ecoa a violência da Guerra Civil Espanhola. Nele encontramos a história de 456 filhos de republicanos colocados num navio com destino ao México. Se a sobrevivência dos pais era incerta, que pelo menos os rebentos tivessem nova chance na vida como exilados.

Mas o que mais me comove é “Crianças”, este feito em parceria com a ilustradora María Elena Valdez. Sempre fico com um nó na garganta quando trabalho com este livro em sala de aula, nas minhas oficinas sobre literatura latino-americana contemporânea.