Como diz o Sakamoto, o problema do Brasil é a falta de amor e a interpretação de texto. Uma coisa é a história, outra é como ela é narrada. Infelizmente, para os que gostam de tudo mastigadinho e não conhecem nem figuras de linguagem, estilo, Saramago, o autor, pode parecer literatura estrangeira.
Tem o caso recente envolvendo o governador mineiro que no final da entrevista a um programa de rádio ganhou um livro da premiadíssima Adélia Prado (vencedora do Prêmio Camões 2024), agradeceu o presente e perguntou se a autora trabalha ali, na Rádio Divinópolis...
É autor de um dos meus livros preferidos, As intermitências da morte. A princípio nem tinha entendido quando ouvi que as pessoas estavam se queixando dos "erros" em seus livros. Mas lendo neste momento uma de suas obras (justamente este "Ensaio...", que estou achando extraordinário), tenho que reconhecer que realmente é a coisa mais natural que alguém estranhe tanto seu estilo único que acredite estar diante de uma edição desleixada. Não é fácil não, precisamos reconhecer.
uma vez um colega de trabalho italiano me disse que aprenderia português só para ler saramago no original. o comentário me pegou muito de surpresa, mas não deveria.
muitas vezes penso nisso e penso no impacto da forma, no quanto é necessário apontar essas peculiaridades para novos leitores, sabe.
eu também tenho pensado muito sobre isso em Paulo Coelho nos últimos anos (mas numa direção contrária) e o quanto desconfio que o pecado do homem para os intelectuais brasileiros tem muito a ver com a acessbilidade da linguagem também - aquela velha falácia sobre as traduções serem melhores etc para justificar o sucesso dele fora do Brasil.
enfim. queria taguear a Ana Rsuche aqui no comentário porque esse é tópico frequente nas nossas conversas hehe
adorei as observações. obrigada pelo texto, Rodrigo.
Como diz o Sakamoto, o problema do Brasil é a falta de amor e a interpretação de texto. Uma coisa é a história, outra é como ela é narrada. Infelizmente, para os que gostam de tudo mastigadinho e não conhecem nem figuras de linguagem, estilo, Saramago, o autor, pode parecer literatura estrangeira.
além de débito e crédito, agora andam passando vergonha no pix... hahaha
Hahahaha
Tem o caso recente envolvendo o governador mineiro que no final da entrevista a um programa de rádio ganhou um livro da premiadíssima Adélia Prado (vencedora do Prêmio Camões 2024), agradeceu o presente e perguntou se a autora trabalha ali, na Rádio Divinópolis...
Nossa, bem lembrado, Lena. Aquilo foi ridículo.
Ah não!!!
Chega fiquei sem ar quando li o título 😅 Saramago é meu autor preferido, embora tenha que admitir que não morro de amores por ensaio sobre a cegueira.
É autor de um dos meus livros preferidos, As intermitências da morte. A princípio nem tinha entendido quando ouvi que as pessoas estavam se queixando dos "erros" em seus livros. Mas lendo neste momento uma de suas obras (justamente este "Ensaio...", que estou achando extraordinário), tenho que reconhecer que realmente é a coisa mais natural que alguém estranhe tanto seu estilo único que acredite estar diante de uma edição desleixada. Não é fácil não, precisamos reconhecer.
Poucos livros me emocionaram tanto quanto As intermitências da morte
😅
uma vez um colega de trabalho italiano me disse que aprenderia português só para ler saramago no original. o comentário me pegou muito de surpresa, mas não deveria.
muitas vezes penso nisso e penso no impacto da forma, no quanto é necessário apontar essas peculiaridades para novos leitores, sabe.
eu também tenho pensado muito sobre isso em Paulo Coelho nos últimos anos (mas numa direção contrária) e o quanto desconfio que o pecado do homem para os intelectuais brasileiros tem muito a ver com a acessbilidade da linguagem também - aquela velha falácia sobre as traduções serem melhores etc para justificar o sucesso dele fora do Brasil.
enfim. queria taguear a Ana Rsuche aqui no comentário porque esse é tópico frequente nas nossas conversas hehe
adorei as observações. obrigada pelo texto, Rodrigo.