Yukio Mishima, figura excêntrica.
Em 1970, decepcionado com a influência Ocidental sob o Japão, liderou uma invasão a um quartel de Tóquio. Queria criar uma insurreição para lutar pelo imperador e retomar antigos costumes. Era o que estava explícito.
Há quem entenda o ato de outra forma. Mishima teria encenado o golpe para forjar o cenário perfeito para o seu fim. Num quarto da base militar, pegou sua espada e acabou com a própria vida.
Homem afeito a tradições, se matou cumprindo um ritual samurai.
Tinha 45 anos, era cotado para o Nobel e deixou uma obra respeitada, celebrada por livros como "Confissões de uma Máscara" (Companhia das Letras, tradução de Jaqueline Nabeta). A beleza, o sexo, a masculinidade, a homossexualidade, os valores de outrora e o militarismo são algumas marcas de seu trabalho.
Hoje indico um Mishima menos badalado.
Publicado primeiro como série numa revista, em 1968, “Vida à Venda” (Estação Liberdade, tradução de Shintaro Hayashi) é um romance bem gostoso de ler, fazendo jus à natureza folhetinesca. Uma história com bons ganchos, reviravoltas e personagens muitas vezes caricatos.