O traidor perfeito
Da Biblioteca: “Joseph Fouché: Retrato de um Homem Político”, de Stefan Zweig
As perseguições nazistas fizeram com que Stefan Zweig, um judeu austríaco, deixasse a Europa e se mudasse para o Brasil, país que havia lhe encantado em outras oportunidades.
Os novos ares não aplacaram o desgosto com o rumo que parte do mundo tomava. Logo após o carnaval de 1942, Zweig e sua esposa foram encontrados mortos na casa onde moravam em Petrópolis, nas montanhas fluminenses. Desolação e descrença na humanidade levaram o casal a abreviar os seus dias.
Zweig se foi aos 60 anos. Deixou uma obra vasta e irregular, coisa de mais de 50 títulos com diferentes níveis de qualidade.
Gosto de quando o autor nos entrega misturas de biografia com ensaio. Dessa forma que se dedicou à vida e à literatura de Montaigne, por exemplo, num livro inacabado publicado por aqui pela Mundaréu.
Nessa pegada, debruçou-se sobre gigantes como Tolstói, Balzac e Dostoiévski. Indo além da literatura, escreveu sobre Maria Antonieta e Mary Stuart.
Zweig também tinha interesse em nomes menos retumbantes da história.
É ótimo o seu livro sobre Joseph Fouché, figura peculiar, sujeito que Napoleão considerava o traidor perfeito. Explico.