Na última edição da newsletter, após escrever sobre Anthony Bourdain, uma leitora, a , comentou que o autor de “Cozinha Confidencial” fez com que ela prestasse atenção em outros bons nomes da literatura de viagem.
Gaía mencionou Paul Theroux como uma descoberta. E, poxa, vocês já leram o Theroux? Me parece ser um cara pouco conhecido dos leitores brasileiros.
Para quem curte viajar, pelas páginas e pela vida, é um nome precioso. Na infância, ao ouvir o barulho de locomotivas que passavam por perto de sua casa, apaixonou-se pelos trens - seguros, geralmente confortáveis e, diferente dos aviões, com um deslocamento integrado às paisagens ao redor.
Entendeu que esse seria o meio de transporte perfeito para ir além da sua terra natal, os Estados Unidos, e conhecer o mundo. Uma viagem pela Ásia no começo da década de 1970 deu origem ao seu primeiro livro de sucesso no gênero: “O Grande Bazar Ferroviário”.
O autor repetiria o percurso mais de três décadas depois para escrever “Trem Fantasma Para a Estrela do Oriente”, um bom tanto melhor do que o primeiro. O tempo amadureceu a escrita e o olhar do autor.
Theroux passou a ser um cara cético sobre como muitos outros viajantes costumam tirar conclusões precipitadas a partir de experiências breves e evidências insuficientes apoiadas em visões pré-estabelecidas.
Boa porta de entrada para essa faceta da literatura de Theroux, também um ficcionista, é "Até o Fim do Mundo", publicado por aqui em 2010 pela Objetiva com tradução de Paulo Afonso.